Higiene Oral (Prevenção)

Uma boa escovagem dos dentes deve durar, no mínimo 2 minutos. Escove-os com movimentos suaves e curtos, com especial atenção para a margem gengival, para os dentes posteriores, difíceis de alcançar e para as áreas situadas em redor de restaurações e coroas.
A escovagem deve ser feita da seguinte forma:

Diagrama

Deve retirar da embalagem cerca de 40cm e enrolar no dedo médio de uma mão a maior parte dele, o restante no dedo médio da outra mão. Com a ajuda dos polegares deve retirar os restos de alimentos dos dentes de cima e com a ajuda dos indicadores retirar dos dentes inferiores.

A maioria dos dentistas concorda que a escova dental de cerdas macias é a melhor para a remoção da placa bacteriana e dos resíduos de alimentos. As escovas com cabeças mais pequenas também são mais adequadas, porque alcançam melhor todas regiões da boca, como, por exemplo, os dentes posteriores, mais difíceis de alcançar. Muitos escolhem a escova eléctrica como a melhor alternativa, pois ela limpa com maior facilidade e é particularmente indicada para pessoas que têm dificuldade para higiene oral ou tem menor destreza manual. Aconselhe-se com o seu dentista.

É importante que use uma pasta dentífrica adequada. Actualmente existe uma grande variedade de produtos feitos especialmente para combater cáries, gengivite, tártaro, manchas e sensibilidade. Pergunte ao seu dentista qual o tipo de pasta mais adequada

Troque de escova de dentes a cada três meses ou quando perceber que ela começa a ficar desgastada. Além disso, é muito importante trocar de escova depois de uma gripe ou constipação para diminuir o risco de nova infecção por meio dos germes que aderem às cerdas.

Cárie e Dentisteria

A cárie é uma doença oral que afecta quase 90% da população. É provocada pela acção de determinadas bactérias que podem originar a destruição parcial ou total do dente. O seu aparecimento depende de vários factores, tais como: uma alimentação inadequada (rica em açúcares), presença de placa bacteriana provocada por uma higiene oral deficiente, alterações da saliva, características dos próprios dentes, entre outros. O aparecimento de cárie é potenciado quando os referidos alimentos são ingeridos muito frequentemente fora das refeições ou à noite antes de deitar.
Em situações extremas, a cárie dentária pode originar infecções que podem ter graves repercussões na saúde geral do paciente. O tratamento passa pela remoção de toda a estrutura dentária que se encontre cariada. Este procedimento resulta na formação de uma cavidade que é preenchida com um de dois materiais restauradores altamente biocompatíveis: amálgama ou resina composta (compósito). Quando a polpa dentária (nervo do dente) é afectada, torna-se necessário outro tipo de tratamento que é a Endodontia (Desvitalização).

É uma massa branca que se forma sobre os dentes e gengivas e que é constituída essencialmente por saliva, restos alimentares e bactérias. A sua remoção diária é essencial e deve ser feita através de escovagem, fio/fita dentária ou utilizando outros acessórios como, por exemplo, o escovilhão.

  • Efectuar uma higiene oral diária correcta;
  • Escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia com uma pasta com flúor após as refeições. A escovagem nocturna é a mais importante e não se deve ingerir mais alimentos após a escovagem;
  • Passar o fio dentário entre os dentes pelo menos uma vez por dia, idealmente à noite;
  • Ingerir refeições nutricionalmente equilibradas e limitar ao máximo “petiscar” entre refeições;
  • Se não for possível a escovagem após uma refeição principal, pode mascar uma pastilha elástica sem açúcar, tendo em atenção que as pastilhas nunca substituem a escovagem.
  • Visitar o seu médico dentista regularmente.

A utilização de algum suplemento de flúor, bem como a indicação para a realização de selamento de fissuras deve ficar sempre ao critério do médico dentista.

Crianças

A primeira consulta deve ser realizada quando os primeiros dentes temporários (ou «de leite») erupcionam ou, no máximo, até à criança completar o primeiro ano de vida, de modo a estabelecer um programa preventivo de saúde oral e interceptar hábitos que possam ser prejudiciais. Idealmente, quando existe uma boa saúde oral, a criança deve ser observada cada seis meses. Em situações de elevado risco de cárie, esta periodicidade deve ser reduzida para intervalos de três meses.

Para prevenir o aparecimento de cáries na 1ª infância é importante tomar várias medidas, tais como:

  • Promover a amamentação materna pelo menos até aos 4-6 meses de idade;
  • Colocar apenas leite ou água no biberão e oferecer à criança sobretudo durante o dia e nunca quando esteja a dormir;
  • Não colocar líquidos açucarados no biberão nem na chupeta;
  • Logo que os primeiros dentem erupcionem, promover a sua higiene com uma gaze, dedeira ou escova macia, idealmente após as refeições.

O modo como deve ser feita a escovagem dentária numa criança depende de vários factores, mas essencialmente da sua idade. Assim, de acordo com as normas da Direcção Geral da Saúde:

  • Dos 0 aos 3 anos: escovagem realizada pelos pais a partir da erupção do primeiro dente, 2x/dia (uma obrigatoriamente ao deitar), utilizando uma gaze, dedeira ou escova macia de tamanho adequado;
  • Dos 3 aos 6 anos: escovagem realizada progressivamente pela criança, com supervisão e ajuda dos pais, 2x/dia (uma das quais obrigatoriamente ao deitar), utilizando escova macia de tamanho adequado. A quantidade de dentífrico com flúor deverá ser semelhante ao tamanho da unha do 5º dedo da criança;
  • Após os 6 Anos: escovagem realizada pela criança, com supervisão e ajuda dos pais caso não possua destreza manual suficiente, 2x/dia (uma das quais obrigatoriamente ao deitar), utilizando escova macia (ou em alternativa média). A quantidade de dentífrico com flúor deverá ser do tamanho de uma pequena ervilha ou até 1cm de dentífrico;

Periodontologia

São doenças que afectam os tecidos que envolvem e suportam os dentes (periodonto) que incluem, para além da gengiva, o osso alveolar e outras estruturas responsáveis por manter os dentes firmemente implantados nos maxilares.
As doenças periodontais dividem-se em dois grandes grupos: as gengivites e as periodontites.
Nas gengivites há uma inflamação superficial da gengiva, sendo facilmente tratadas, com recuperação total dos tecidos. Nesta fase, as gengivas apresentam-se vermelhas, inchadas e com tendência para sangrar. É normalmente causada por higiene oral incorrecta. Nos indivíduos com tendência para a doença, a gengivite não tratada pode evoluir para periodontite.
Nestes casos, o osso de suporte do dente “foge” da gengiva doente e os dentes começam a ter mobilidade. Durante o processo, as gengivas descolam das raízes dos dentes formando bolsas periodontais, o que facilita a acumulação de bactérias e tártaro por baixo das gengivas. Esta doença é vulgarmente conhecida como “piorreia”.
Geralmente não causam dores, mesmo nos casos mais avançados. A causa mais frequente das doenças periodontais são bactérias, quando se desenvolvem em quantidade acima de um certo nível.

Os sintomas são o sangramento espontâneo ou durante a escovagem, o aparecimento de pus na gengiva, mau sabor ou mau hálito, gengiva muito vermelha, retracção da gengiva, alteração da posição dos dentes e até mobilidade dentária. O diagnóstico só pode ser feito pelo médico dentista pelo, que se apresentar qualquer destes sinais, deverá consultá-lo para que o seu caso seja avaliado.

Considera-se a placa bacteriana como principal agente causal destas doenças, no entanto, a susceptibilidade de cada indivíduo, o tabagismo e doenças sistémicas como a diabetes não controlada ajudam a compreender por que razão, para a mesma quantidade e qualidade de placa bacteriana, alguns indivíduos desenvolvem formas severas de doença e outros não.
As formas mais frequentes aparecem nos adultos, iniciando-se em idades jovens à volta dos 30 anos. Raramente as doenças periodontais afectam crianças, mas quando aparecem são formas graves que ameaçam de forma séria a dentição e inclusive a própria saúde geral.

Nas gengivites, poderá ser suficiente a remoção da placa bacteriana e tártaro na superfície dentária por parte do Médico Dentista / Higienista Oral, associado a uma eficaz higienização oral diária por parte do paciente.
Nas periodontites, o tratamento passa pela descontaminação dos locais afectados, de forma a controlar a infecção instalada. Nesta situação está indicada a realização de destartarização e alisamentos radiculares nos locais afectados (com bolsas periodontais).
Nos casos mais severos, onde as bolsas periodontais são muito profundas e a perda óssea muito avançada, torna-se difícil fazer o alisamento radicular sem afastar a gengiva de forma a visualizar a área. Nessas situações está indicada a realização de uma pequena cirurgia para expor as raízes e assim ter um acesso mais eficaz na descontaminação das mesmas.
O tratamento das doenças periodontais consegue impedir o seu avanço, mas não consegue, na maioria dos casos, curar no sentido de repor os tecidos perdidos. Por outro lado, a periodontite é uma doença crónica, pelo que é fundamental frequentar as consultas regulares de manutenção.

A prevenção das doenças periodontais é feita através de uma higiene oral correcta por parte dos pacientes e nas consultas de controlo feitas pelo Médico Dentista ou Higienista Oral com um período de intervalo máximo de 6 meses.

Cirurgia Oral

A inclusão dentária é uma alteração de desenvolvimento em que um determinado dente, chegada a época normal de erupção, permanece no interior dos tecidos da cavidade oral (osso ou mucosa). Os dentes que se encontram mais frequentemente nesta situação são os terceiros molares (dente do siso), principalmente os inferiores.
O diagnóstico da inclusão de um dente só pode ser efectuado recorrendo a exames imagiológicos, havendo diversos métodos. O seu médico dentista seleccionará o(s) mais indicado(s).

Devido à evolução que tem ocorrido na medicina dentária em geral pode-se dizer que o desconforto associado a qualquer acto cirúrgico é mínimo. Todos os procedimentos cirúrgicos em si são traumáticos, mas podem ser minimizados. A aplicação de uma técnica anestésica adequada, de uma técnica cirúrgica atraumática (sem trauma) e a adopção de uma terapêutica pós-operatória eficaz vão permitir-lhe um elevado conforto durante e após o acto cirúrgico, sem qualquer dor.

Se o procedimento for realizado sob anestesia local, deverá evitar um período longo de jejum na hora da cirurgia. Só no caso de ser submetido a anestesia geral é que deverá estar em jejum várias horas antes da cirurgia. O seu médico dentista dar-lhe-á todas as indicações necessárias.

Como qualquer outro cato cirúrgico, a cirurgia oral pode ter complicações gerais, tais como infecções e hemorragias, por exemplo. No entanto, ao nível da boca existem factores específicos que facilitam o surgimento de complicações, em particular a deficiente higiene oral e eventuais hábitos tabágicos e alcoólicos. O não cumprimento por parte do doente, das medidas profilácticas/terapêuticas pré e pós-operatórias recomendadas, são também um factor de risco importante.

Os cuidados no período pós-operatório são muito importantes para a minimização das sequelas decorrentes do acto operatório e favorecer a cicatrização. Alguns dos cuidados que deverá ter são:

  • Aplicar gelo no rosto, sobre a região operada, durante as primeiras 24 horas, em períodos alternados de cinco a dez minutos, de modo a evitar ou minimizar o edema da face, a dor e o risco de hemorragias e infecção. O gelo deverá ser colocado num saco de plástico e envolvido num pano para evitar queimaduras na face. Em alternativa ao gelo, poderá usar bolsas de gel para crioterapia, que poderá encontrar em qualquer farmácia;
  • Evitar a exposição ao sol, alimentos quentes e duros e esforços físicos até à remoção da sutura;
  • A dieta deverá ser líquida e fria nas primeiras 24 a 48 horas (gelados, iogurtes, sumos, batidos, gelatina, etc.) A alimentação vai sendo adaptada de acordo com o aconselhamento médico e a tolerância individual, passando em geral, por uma dieta mole antes de normalizar;
  • Descansar e dormir com a cabeça mais elevada (usar 2 almofadas, por ex.) e deitar-se sobre o lado não intervencionado;
  • Escovar normalmente os dentes e a língua;
  • Na região da ferida operatória escovar com cuidado e preferencialmente com uma escova cirúrgica (muito macia), após as primeiras 24 horas;
  • Fazer bochechos leves 2 a 3 vezes ao dia com um anti-séptico oral, durante um minuto, iniciando somente 24 horas após a cirurgia, para evitar a desorganização do coágulo;
  • Evite fumar, principalmente durante as primeiras 24 horas, pelo risco de retardamento da cicatrização e aumento do risco de complicações pós-operatórias, como as hemorragias e as infecções;
  • As viagens de avião poderão apresentar em alguns casos certos problemas, devendo o doente aconselhar-se convenientemente com o cirurgião sobre a sua situação específica;
  • Cumpra escrupulosamente a medicação prescrita, pois os analgésicos permitem, quase sempre, o controlo da dor pós-operatória considerada como normal. Por outro lado, o antibiótico previne ou trata uma infecção que possa surgir;


Implantes

É um sistema fixo instalado no osso com o objectivo de reproduzir a função de uma ou mais raízes dentárias que foram perdidas, servindo para suportar uma coroa e/ou prótese. O implante em si não é um dente artificial completo.

O processo de colocação de um implante dentário, contempla quatro etapas distintas:

  • etapa de planificação – consiste no estudo do seu caso (exame clínico e radiográfico), bem como a realização de outros tratamentos dentários para conseguir alcançar uma boa saúde oral prévia ao tratamento com implantes;
  • etapa cirúrgica - colocação do implante (raiz artificial) em contacto directo com o osso;
  • etapa restauradora - Consiste num conjunto de procedimentos necessários à confecção da prótese a colocar sobre os implantes. Esta etapa pode ser realizada no mesmo dia da cirurgia ou até 6 meses após a mesma, dependendo do caso clínico;
  • etapa de manutenção - é talvez a etapa mais importante de todo o tratamento porque é aquela que permite que tudo o que até aqui foi realizado se mantenha em saúde ao longo da vida. É a partir daqui e dos cuidados de higiene oral realizados pelo paciente e pelo Médico Dentista que vai depender a duração e qualidade do tratamento realizado.

Os implantes são feitos de materiais biocompatíveis (normalmente titânio), que não provocam rejeição ou qualquer reacção indesejável no corpo humano.

Os procedimentos cirúrgicos associados ao tratamento com implantes, na maioria das situações não implica qualquer tipo de incómodo e/ou dor. É um procedimento realizado, na maioria das vezes, mediante anestesia local, tal como a maioria dos outros tratamentos dentários. No pós-operatório poderá haver um ligeiro incómodo, uma pequena inflamação e edema da área onde se realizou a cirurgia. Em casos muito excepcionais, estes sintomas poderão ser mais acentuados.

Os implantes actuais são constituídos por materiais muito resistentes (titânio, por exemplo) e desenhados para suportar as cargas da mastigação, quando bem distribuídas, por muitos anos. No entanto não duram para toda a vida, tal como qualquer outro tratamento reabilitador em Medicina Dentária. Com os recentes avanços tecnológicos poderá esperar uma durabilidade dos implantes sempre superior a 15 anos, e no caso das próteses que se apoiam nos implantes um tempo mínimo de 10 anos é o período aceitável de duração.
A maior parte das complicações que podem surgir ao longo do tempo, quando ocorrem, são falhas do próprio organismo e aparecem em redor do osso que suporta os implantes, podendo resultar na perda do implante/prótese. Esta situação pode ser causada por várias razões, tais como:

  • sobrecarga mastigatória sobre o implante;
  • mau controlo de higiene oral por parte do paciente no que respeita ao(s) implante(s) e dentes vizinhos;
  • os implantes em pacientes que fumam apresentam uma maior taxa de insucesso, pois o tabaco diminui a vascularização do osso e da gengiva, atrasa os processos de cicatrização, aumentando o risco de infecções;
  • Cuidados pelo paciente – é fundamental fazer uma escovagem diária e utilizar fio dentário para o sucesso a longo prazo dos implantes dentários;
  • Escovagem – O seu médico dentista ou higienista oral poderá recomendar o uso de uma escova manual ou eléctrica e, para cada caso, fará uma revisão das técnicas de escovagem adequadas para a limpeza eficaz da área onde os implantes estão colocados;
  • Sistema de irrigação – os sistemas de irrigação são eficazes a remover resíduos alimentares e na redução da acumulação de placa dentária em redor de implantes dentários. A irrigação poderá ser usada em conjunto com uma solução irrigadora, recomendada pelo seu médico dentista ou higienista oral;
  • Fio dentário – O uso diário do fio ou fita dentária é essencial. A sua passagem correcta ajudará a remover placa bacteriana em redor de implantes dentários, por baixo de pontes fixas ou barras;
  • Escovilhões interdentários – São pequenas escovas especialmente desenhadas para limpar entre os dentes e os implantes. Não substituem a escovagem normal mas ajudam muito na higiene de espaços interdentários aumentados;
  • Consultas dentárias – Recomenda-se que o paciente com implantes visite o médico dentista ou higienista oral a cada 3-6 meses.

Próteses Dentárias

São dispositivos que permitem substituir dentes e outras estruturas orais (gengiva e osso) com o restabelecimento da função estética, fonética e mastigatória. Estas dividem-se em próteses removíveis e fixas.

Uma prótese fixa é a restauração parcial ou total da coroa de um dente através de uma prótese que é colocada sobre o dente natural previamente preparado e/ou sobre implantes dentários, não podendo ser removida pelo paciente. Poderá ainda ser utilizada para a substituição de um ou mais dentes perdidos.
As próteses fixas podem ser coroas ou pontes e são a opção ideal nos casos em que faltam poucos dentes, não só pelo conforto como pela estética.

As próteses fixas são indicadas para:

  • Substituir uma grande restauração quando não resta muita estrutura do dente natural;
  • Proteger um dente enfraquecido que sofreu fractura;
  • Aumentar a retenção e suporte de uma prótese removível esquelética;
  • Substituir um dente ausente colocando-a sobre um implante dentário;
  • Recobrir um dente com alteração da cor ou forma;
  • Proteger dentes desvitalizados em que a estrutura dentária remanescente está fragilizada;
  • Substituir dentes ausentes.

As coroas são aconselhadas nos casos em que é necessário conferir maior resistência e durabilidade a dentes danificados, melhorar a estética, o formato ou o alinhamento dos dentes na arcada dentária. Uma coroa também pode ser colocada sobre um implante dentário, repondo a forma e a estrutura do dente natural perdido.

As pontes são aconselhadas para substituir um ou mais dentes ausentes e são uma sequência de coroas, todas unidas. As pontes podem ser realizadas sobre dentes naturais e nestes casos é necessário que estejam presentes dentes, pelo menos, nos extremos das falhas dentárias. Também podem ser efectuadas sobre implantes havendo necessidade de colocar esses implantes nos extremos das falhas dentárias. Nas pontes mais extensas, podem existir dentes ou implantes entre os extremos para ser possível suportar toda a estrutura.

As coroas ou pontes quando bem desenhadas e bem adaptadas, comportam-se como dentes naturais. A sua higiene exige do paciente os mesmos cuidados que este deve ter com a dentição natural.
Os portadores de pontes necessitam além disso de dispositivos especiais, tais como passadores de fio dentário, ou fios com ponta endurecida, para a limpeza dos espaços entre os pônticos e a gengiva. O uso de escovilhões também pode ajudar a uma melhor higienização.
O incorrecto desenho de uma prótese fixa e a sua má adaptação, bem como a higienização insuficiente, podem permitir a retenção de restos alimentares e bactérias, causando inflamação gengival e mau hálito, comprometendo a estrutura que suporta a prótese fixa.
Embora as coroas ou pontes possam durar muitos anos por vezes soltam-se. Normalmente esta situação acontece se os dentes ou osso que as sustentam forem danificados por doenças.
Para prevenir danos na prótese fixa deve evitar trincar alimentos ou objectos duros. O aspecto mais importante para garantir a longevidade das próteses fixas, é a visita regular ao médico dentista para controlo e higienizações adequadas e regulares.

As próteses removíveis são colocadas quando se perde todos os dentes naturais, no caso de serem próteses totais, ou quando se perde alguns dentes e os restantes são saudáveis, no caso de serem próteses parciais.
A prótese total convencional é feita e colocada na boca do paciente após a remoção dos últimos dentes presentes na boca e assim que os tecidos estiverem cicatrizados, o que pode levar alguns meses. Uma prótese total imediata é inserida na boca assim que se removem os dentes remanescentes. Com este tipo de próteses, o paciente não tem que passar nenhum período sem dentes, mas vai necessitar de a reajustar passado poucos meses.
A prótese parcial é uma prótese removível de estrutura metálica ou acrílica para suporte de dentes artificiais, destinada a restabelecer as funções orais: mastigação, estética, fonética, assim como, a estabilização e prevenção de outros problemas nos dentes remanescentes.

As próteses novas podem nas primeiras semanas ser desconfortáveis para o paciente, até este se acostumar à sua presença. As próteses podem parecer soltas enquanto os músculos da mastigação e da língua aprendem a mantê-la no seu lugar. É normal ocorrerem pequenas irritações ou ligeiras úlceras. A saliva pode aumentar nos primeiros dias. À medida que se vai habituando ao uso das próteses estes problemas começam a diminuir.

O processo de mastigação exigirá alguma prática, quando se começa a utilizar uma prótese. Deve começar com alimentos mais suaves e cortados em pedaços mais pequenos. Deve mastigar devagar e repartir os alimentos pelos dois lados da boca ao mesmo tempo para evitar que as próteses oscilem. À medida que se torne mais habituado à mastigação, comece a comer com outros alimentos até voltar à sua dieta normal, quando tiver passado o processo de adaptação.

Poderá haver melhoria na aparência da sua face assim como do sorriso. No entanto as próteses podem ser feitas de modo a parecerem-se com os seus dentes naturais para que as alterações sejam muito pequenas e por isso insignificantes e quase imperceptíveis.
Também poderá ocorrer alterações a nível da fala. Pronunciar correctamente determinadas palavras poderá levar algum tempo e exigir alguma prática. Ler em voz alta e pronunciar palavras difíceis pode ajudar. Se os problemas de fala persistirem deve consultar o seu médico dentista.

As principais recomendações são feitas pelo próprio médico dentista. No entanto, durante os primeiros dias, deve usar a maior parte do tempo, incluindo durante a noite enquanto dorme. Após o período inicial de habituação, deve remover as próteses antes de se ir deitar. Isto permitirá que as gengivas descansem e promova a saúde oral.

As próteses são muito sensíveis e podem partir com facilidade se deixadas cair mesmo de poucos centímetros. Deve ter uma toalha, um recipiente ou o lavatório com água quando maneja as próteses durante a sua higienização. Quando não estiver a usar as próteses mantenha-as afastadas de crianças ou animais domésticos.
Tal como os dentes naturais, as próteses também devem ser escovadas diariamente para remover depósitos de alimentos e placa bacteriana. A escovagem ajuda a prevenir que as próteses fiquem com aspecto sujo e ajuda a manter o hálito fresco e saudável. É preferível usar escovas próprias para próteses ou uma escova de dentes de cerdas macias. O seu médico dentista poderá recomendar-lhe produtos específicos de higienização de próteses.

Ortodontia

Todas as crianças devem ter a sua primeira consulta de ortodontia, com o seu médico dentista, por volta dos 6-7 anos de idade, após a erupção dos primeiros dentes definitivos, para avaliar a necessidade de tratamento. Trata-se do momento ideal para o ortodontista observar o paciente, identificar os problemas, avaliar a sua gravidade e decidir o melhor momento para se iniciar o tratamento.

Um dos benefícios é melhorar a estética da face e do sorriso, com o consequente, aumentar a auto-estima e facilidade de inserção social. Além disso, o correcto alinhamento dos dentes, torna possível uma melhor higiene dentária e diminuição do risco de cáries e problemas nas gengivas. Tem também como benefício promover uma boa função mastigatória, muscular e da articulação dos maxilares com benefícios em termos de saúde e bem-estar geral.

  • Melhor prognóstico para se evitar a extracção de dentes permanentes;
  • Supervisão e orientação mais fácil dos problemas de natureza óssea;
  • Melhor resposta biológica dos tecidos ao tratamento;
  • Adaptação mais fácil dos pacientes jovens aos aparelhos;
  • As crianças mais novas não se sentem apreensivas e, geralmente, não têm problemas de carácter psicológico como os adolescentes;
  • Quando o tratamento é iniciado mais cedo, termina antes de a criança entrar na puberdade, sentindo uma maior auto-estima que os outros adolescentes, devido a terem melhorado a sua estética facial;
  • Os pacientes adultos, cujo desenvolvimento ósseo já terminou, são mais frequentemente sujeitos a extracções de dentes permanentes ou, no caso de serem portadores de problemas esqueléticos graves, necessitam de cirurgia para corrigir as dimensões e as posições dos maxilares.

Estes problemas podem ter origem em causas de natureza hereditária ou ambiental ou ainda uma combinação das duas.
O tamanho dos dentes e dos maxilares, assim como a relação entre eles, são características que podem ser transmitidas de pais para filhos.
Alguns hábitos tais como chupar o dedo, roer as unhas ou outros objectos, respiração pela boca (relacionada com adenóides grandes, bronquite asmática, alergias, etc.) ou perda precoce de dentes de leite, podem provocar movimentos incorrectos dos dentes e alterações na forma e na posição dos maxilares, repercutindo-se negativamente na estética da face.

Actualmente, existe uma grande variedade de aparelhos fixos e removíveis especialmente concebidos para movimentar os dentes e os próprios maxilares para as posições desejadas.
Os aparelhos fixos são os mais utilizados. São constituídos por suportes onde se inserem os arcos metálicos que exercem forças para deslocar os dentes para melhores posições.
Os aparelhos de expansão são usados para a alteração da forma da arcada dentária.
Os aparelhos funcionais podem ser removíveis ou fixos e podem ser usados para a correcção dos problemas dos ossos maxilares. Colocam-se em crianças muito jovens, sendo principalmente nos períodos da pré-puberdade ou na puberdade. Os dispositivos funcionais removíveis são, na sua maioria, usados durante o período da noite e durante algumas horas do dia. Têm a vantagem de serem mais facilmente limpos e poderem ser retirados durante as refeições.

Terceira Idade

Ao longo dos anos, muitas vezes os dentes ficam com uma pequena parte da raiz (junto à gengiva) exposta – dente “descarnado”. Como as raízes não estão cobertas de esmalte, esta zona que fica a descoberto dá mais sensibilidade e permite o aparecimento de cáries radiculares com mais facilidade.
Para prevenir estas situações, é importante o controlo da placa bacteriana, evitar a escovagem horizontal, não usar escovas duras e pastas dentífricas abrasivas e aplicar flúor localmente.
Quando ocorre este problema, o seu dentista pode ajudar no tratamento restaurador destas lesões. Pode ser útil usar produtos dessensibilizantes para diminuir a sensibilidade muitas vezes associada a esta situação.
Podem também surgir outros problemas tais como: alterações de cor ficando mais amarelos e/ou acastanhados, dentes com aspecto longo, devido à retracção gengival, ou mais curtos, por causa do desgaste.
Existem tratamentos, por vezes simples e pouco dispendiosos, que podem ajudar a melhorar a estética em algumas situações como, o recurso a resinas compostas ou ao branqueamento dentário. Outros mais complexos e completos como reabilitações protéticas fixas ou o recurso à ortodontia (correcção do posicionamento dentário), podem ser soluções também indicadas nestas idades.

Deve-se procurar manter os dentes naturais usando os recursos da Medicina Dentária. Um único dente pode ser um meio de retenção de uma prótese removível, durante alguns anos. Os cuidados preventivos a ter com este dente, nomeadamente o número de visitas a realizar ao Médico Dentista, deve ser o mesmo, como se existissem mais dentes na cavidade oral.

Os dentes intervêm em processos como a mastigação, deglutição, fonética e no aspecto da estética facial. Quando se perde dentes, sofre-se alterações em alguns destes processos que podem ser minimizadas se substituímos os dentes em falta através de próteses dentárias, que poderão ser fixas ou removíveis.

A perda dentária no idoso pode ser compensada através de tratamentos com prótese fixa ou prótese removível. Os tratamentos com próteses removíveis são os mais comuns, devendo o idoso reabilitado com prótese ser alvo de uma atenção contínua pelo Médico Dentária. Este profissional terá uma atenção preventiva, no sentido de avaliar a necessidade de modificações e readaptações.

Com o avançar da idade e, muitas vezes, também fruto de alguns medicamentos ou próteses dentárias que são utilizados, surgem situações de desconforto ou mesmo dolorosas na cavidade oral que diminuem consideravelmente o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas. As situações mais frequentes são:

  • Boca seca: Esta situação está muitas vezes relacionada com determinados medicamentos ou outras situações que levam à diminuição da quantidade de saliva. Estre muitas outras funções, a saliva serve de “lubrificante” da cavidade oral e por isso, quando está diminuída pode causar algum mal-estar, sobretudo a quem usa uma prótese dentária removível. Se surgir este problema consulte o seu médico dentista;
  • Boca “ardente” ou “queimada”: Há pessoas que se queixam duma sensação permanente de ardor e queimadura na boca, geralmente não localizada e que afecta muito a sua qualidade de vida. A maior parte das vezes, estes sintomas aparecem em senhoras com mais de 50 anos e alternam períodos mais agravados com outros mais calmos. Apesar de não se conhecer uma forma de curar estas situações, elas podem ser atenuadas. Se surgir este problema consulte o seu médico dentista;
  • Patologia associada ao uso de próteses dentárias: O uso de próteses dentárias, em particular as removíveis, pode desencadear determinadas situações patológicas que devem ser tratadas. Se surgir alguma anomalia consulte o seu médico dentista.

Branqueamento dentário

Existem diversos materiais e técnicas de branqueamento que, desde que seleccionados e usados correctamente, permitem resultados eficazes de forma segura.
Existem à venda no mercado (supermercados, farmácias, TV-Shops, etc) produtos de venda livre publicitados como branqueadores. No entanto, estes não devem ser usados pelos pacientes, pois para além de terem uma eficácia menor e não comprovada devido à ausência de certificação e controlo de qualidade, são opções pouco seguras.
Por outros lado, existem também técnicas de uso exclusivamente profissional que, embora potencialmente eficazes, não estão devidamente estudadas no que se refere à sua segurança a médio e longo prazo.

No que se refere às técnicas de branqueamento executadas ou acompanhadas por profissionais podemos distingui-las, de uma forma geral, com base nas concentrações dos produtos químicos usados e na forma como são aplicados.

Há duas formas de aplicar esta técnica:

a. Aplicação directa do material em casa pelo próprio paciente ou usando uma goteira confeccionada por um profissional e que se adapta rigorosamente aos seus dentes. Neste caso utilizam-se geralmente os produtos de menor concentração (o peróxido de carbamida a 10% é o mais usado e estudado), por períodos variáveis (desde 1 a 6 horas diárias) durante vários dias ou semanas

b. Aplicação directa de forma mais intensa efectuada por clínicos em ambiente de consultório. Neste caso usam-se produtos de maior concentração (usualmente peróxido de hidrogénio) que, por essa razão, devem ser aplicados por profissionais sob condições perfeitamente controladas.

A selecção da técnica a ser usada depende essencialmente das condições clínicas do próprio paciente, das suas expectativas e da rapidez pretendida no tratamento.
Deve ser o profissional a aconselhar a técnica mais correcta sempre com base na melhor relação eficácia/segurança.
De um modo geral, “o tratamento doméstico” com produtos de baixa concentração, sob prescrição, instrução e controlo dos profissionais, constitui uma técnica eficaz e segura a médio e longo prazo. A utilização de produtos de maior concentração efectuada por profissionais em ambiente de consultório, ainda que eficaz, carece de estudos clínicos que suportem a sua segurança, pelo menos em determinadas condições clínicas.

Em princípio, qualquer pessoa com um bom estado de saúde oral pode efectuar um branqueamento dentário. No entanto, pacientes com problemas dentários (nomeadamente lesões de cárie, hipersensibilidade ou desgastes) e gengivais podem necessitar de tratamentos prévios.
Relativamente à idade, mesmo os jovens e adolescentes podem efectuar branqueamentos, embora as características anatomo-fisiológicas dos dentes nesta faixa etária exijam cuidados especiais.
Pessoas que possuam restaurações e próteses na boca devem ser alertadas para a necessidade eventual de substituição das mesmas no final do tratamento, de forma a harmonizar a cor, na medida em que os produtos de branqueamento não actuam na cor dos materiais que as compõem.

Gravidez

a. A gravidez enfraquece os dentes e por isso há maior risco para a doença cárie?
Não. Durante a gestação pode haver agravamento das condições da má saúde oral, mas por si só a gravidez não aumenta a incidência de cárie dentária.

b. Durante a gravidez os dentes enfraquecem porque há perda de cálcio para o bebé?
Não. O cálcio está presente nos dentes da mãe, de forma estável e cristalina, não sendo disponível para a circulação sistémica. A gravidez não propicia aumento de incidência de cárie dentária.

c. A gengiva sangra mais na gravidez?
Sim. Devido a alterações hormonais a gengiva pode doer e sangrar facilmente, a situação agrava-se se não existirem cuidados adequados de higiene oral.

d. Em caso de dor de dentes que medicação pode ser feita?
Nunca se automedique. A grávida deve consultar um Médico Dentista para que lhe seja prescrita medicação ou efectuados os tratamentos dentários adequados que solucionem a situação dolorosa.

e. Uma grávida pode fazer qualquer tipo de tratamento dentário?
Sim. Mesmo que necessite de anestesia. Uma infecção oral é mais prejudicial para o bebé do que o tratamento dentário. O ideal seria fazer consulta de medicina dentária antes da gravidez a fim de evitar infecções orais durante este período. As consultas devem ser de curta duração preferencialmente de manhã, sendo mais indicado o segundo trimestre da gestação.

f. A que nível a higiene oral da grávida pode influenciar a saúde do bebé?
A higiene oral é a mais eficaz medida preventiva para evitar infecções da cavidade oral. A mãe pode infectar o bebé por meio de microrganismos provenientes de doenças infecciosas como a cárie dentária e doenças periodontais.